Articulação Temporomandibular
Usamos nossa articulação da mandíbula (ATM) para falar ou mastigar. Na presença de hábitos comportamentais incorretos, os músculos que a movimentam sofrem e provocam dor facial, eventualmente capaz de prejudicar bastante a qualidade de vida. Estresse e a presença de bruxismo (apertamento entre os dentes e movimentos repetitivos da mandíbula) são os principais fatores envolvidos nos distúrbios temporomandibulares (DTM). Diversas outras causas podem causar anormalidades na ATM, entre estas traumas, processos inflamatórios, infecciosos, doenças autoimunes, tumores e malformações. Uma oclusão dentária (contato entre os dentes) instável é um fator importante a ser considerado. Não controlada, a DTM pode progredir para deformidades anatômicas e consequentemente piora do quadro. O tratamento destas condições obedece uma hierarquia que deve ser respeitada. A conscientização da origem dos problemas é fundamental. Uma orientação funcional associada a terapia miofacial bem executada são fundamentais. Exercícios de biofeedback para controle de estresse ajudam na percepção do comportamento inadequado. Uso eventual de dieta controlada e medicamentos nas crises de dor ou de restrição de movimentos podem ser úteis. Analgésicos (moderadamente), miorrelaxantes, antiinflamatórios hormonais e não hormonais também. A adaptação de uma placa miorrelaxante rígida correta é fundamental para proteção dentária e pode reduzir a dor. Crises recorrentes de difícil controle associadas a dor incapacitante justificam a aplicação de toxina botulínica. Procedimentos invasivos muito raramente são necessários. Artrocentese e artroscopia podem ser ferramentas de grande valia para melhorar as condições anatômicas da ATM. Cirurgias abertas raramente serão benéficas quando não conseguimos controlar os fatores desencadeantes da doença e, portanto, devem ser restritas a casos muito graves que não responderam a todas as alternativas citadas e utilizadas intensiva, adequada e recorrentemente por longo período.